domingo, 27 de abril de 2014

A Vida dependa da Pausa




A vida depende da pausa.

O respirar é composto de pausas. Nos traz o sopro da vida.

Se você não dá um tempo para solo, nada vai renascer na plantação.

Se você não dorme, o pensamento fica debilitado.

A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Hoje, o tempo de “pausa” é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações “para não nos ocuparmos”. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições.

A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme.

Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa.

Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI. Um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.

Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos…

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.

O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.

A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A desafio deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.


(Rabino Nilton Bonder com modificações)

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